Para David Darling, fundador da Codemasters, o “arrependimento” da Microsoft com relação às políticas de distribuição digital do Xbox One foram a entrega definitiva do mercado de jogos para empresas como Apple e Google. Na opinião dele, a mídia física é como um cadáver amarrado à próxima geração de consoles, um peso que reduz a velocidade de inovação e não traz benefícios a ninguém.
Darling é radical e acredita que a Microsoft deveria ter deixado até mesmo o drive de disco de lado durante a concepção de seu novo console. Na visão dele, a empresa foi fraca em deixar que a negatividade do mercado a influenciasse de forma a modificar todas as políticas e permitir que os discos físicos permanecessem como a tendência mais importante da indústria.
Ele indica que a Apple já está pensando em controles e outros aparelhos dedicados a games, com o Google bem provavelmente seguindo pelo mesmo caminho. Para a Microsoft, as políticas iniciais do Xbox One eram a última chance de combater a iminente e inevitável invasão da sala de estar pelos dispositivos que combinam a praticidade dos tablets com a potência de um console de mesa.
Longo e perigoso ciclo
Darling indica também a facilidade e velocidade de inovação dos celulares e tablets, em comparação com os consoles, que possuem ciclos de vida estimados em mais de uma década. Ele lembra que, há alguns anos, não se acreditava que o iPhone seria capaz de se tornar uma potência nos games. E aí está ele, roubando mercado do PlayStation Vita e Nintendo 3DS.
Para o executivo, não existem razões para acreditar que a mesma coisa não vai acontecer aos video games. Darling vê apenas duas saídas: reduzir os preços de dispositivos e jogos ou acelerar a adoção da mídia digital como uma forma de diminuir os custos, trazer praticidade e entregar aquilo que os jogadores querem, quando eles quiserem.
O fim dos jogos em disco, para o fundador da Codemasters, é inevitável. E faz uma previsão inusitada: a mídia física começará a morrer em seis meses. Nesse ensejo, há grande possibilidade do PlayStation 4 e Xbox One perderem o bonde do progresso.
Darling deixou a Codemasters em 2007. Hoje, ele trabalha na Kwalee, uma desenvolvedora europeia de aplicativos e jogos para smartphones.
Fonte: GamesIndustry International