quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Bastam alguns toques para tirar o brilho de um ótimo jogo


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Enquanto a Sony ainda tenta mostrar ao mundo que o PlayStation Vita não é uma causa perdida e promete títulos inéditos, algumas produtoras aproveitam o momento de poucos lançamentos para investir em adaptações de jogos de outros consoles. De todas elas, a Capcom é a quem mais apostou nessa estratégia.
Depois de lançar a versão portátil de Ultimate Marvel vs. Capcom 3  a produtora trouxe outro crossover para o console de bolso. Desta vez, no entanto, não temos o show de cores e efeitos que marcou o encontro de Ryu e Wolverine, mas a sobriedade e o ritmo diferenciado de Street Fighter X Tekken.
Como você conferiu em nossa análise no início do ano, o  crossover trouxe o melhor de ambos os universos, além de alguns elementos únicos. No entanto, será que a mesma experiência consegue se repetir no Vita sete meses depois?
Aprovado
Entre o menor e o maior
Assim como Ultimate Marvel vs. Capcom, Street Fighter X Tekken é praticamente o mesmo jogo lançado para os consoles. Isso significa que tudo aquilo que já havíamos destacado como positivo volta a se repetir, uma vez que a adaptação pega todos esses acertos para encaixá-los na estrutura do Vita.
É claro, porém, que isso traz algumas mudanças em aspectos menores, como a quantidade de detalhes dos personagens e a própria ação que acontece no cenário em paralelo ao combate. Tudo está mais simples, mas não menos divertido.
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Por outro lado, a versão do portátil posssui alguns extras em relação à versão original, lançada em março.  É o caso dos personagens adicionais que foram inseridos ao elenco a partir de um DLC liberado na metade do ano. Assim, o título traz uma lista de lutadores muito mais ampla e variada, deixando o leque de possibilidades ainda maior graças à participação nativa de Blanka, Coddy, Christie e Lei — além de muitos outros.
Mais Cross do que nunca
Como não poderia deixar de ser, o principal destaque da versão do portátil de Street Fighter X Tekken é sua integração com o PlayStation 3. Como a própria Capcom já havia anunciado anteriormente, a versão portátil do crossover não seria um título independente, mas integrado àquele lançado no início do ano.
Isso significa que você pode muito bem usar seu portátil para enfrentar aquele seu amigo no console a partir de partidas online sem qualquer tipo de problema graças ao chamado Cross Play, que faz com que a ligação entre o Vita e o PS3.
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Em nossos testes, a qualidade dessa conexão ficou bem acima do esperado, não trazendo nenhum tipo de atraso na resposta dos comandos ou no conteúdo exibido nas duas telas — algo que, às vezes, é difícil de acontecer até mesmo entre dois PS3. É claro que a proximidade dos aparelhos e o fato de eles estarem usando a mesma rede influenciam, mas não tiram o mérito do jogo.
Além disso, Street Fighter X Tekken ainda conta com um segundo recurso inédito, o Cross Link, que permite que você use o portátil como um controle para o console principal. Feito especialmente para partidas locais, ele permite que o jogador use a tela e o painel de toque do Vita para criar atalhos de comandos, além de contar com informações adicionais sobre o efeito e a ativação das gemas no display adicional.
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É claro que essa função do aparelho não consegue substituir o DualShock 3 — algo que vamos detalhar mais à frente —, mas consegue criar uma experiência diferenciada e que pode ser bem útil para quem quer chamar os amigos para se divertir, mas não tem controles o suficiente. O único problema é que, para isso, o Vita precisa estar conectado ao PS3 por meio do cabo, o que limita o alcance consideravelmente.
Reprovado
Muitas funções, poucos botões
Por mais que Street Fighter X Tekken não seja a primeira adaptação de um jogo de consoles para o Vita, ele não nega sua origem em uma plataforma mais completa, o que cria uma série de problemas, principalmente pelo fato de o DualShock 3 possuir muito mais botões do que o portátil tem a oferecer.
Isso obrigou a Capcom a criar alternativas, aproveitando os sensores de toque do dispositivo para compensar essa deficiência. Enquanto os movimentos básicos estão localizados nos botões tradicionais, alguns — como os Preset Combos e os três socos e chutes — ficam em áreas específicas da touchscreen. Até aí tudo bem, mas o problema está na parte de trás.
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Além dessas funções, a produtora adicionou atalhos no touchpad traseiro do portátil, "facilitando" na hora de agarra o adversário ou de trocar de personagem. O problema é que é praticamente impossível segurar o Vita sem esbarrar no sensor, fazendo com que você realize um comando indesejado na hora errada. Levando em consideração que a precisão é algo fundamental em um jogo de luta, trata-se de um erro absurdo.
É claro que isso pode ser alterado nas opções do game, que permitem que você desative todos os atalhos colocados nessa área. No entanto, é preciso lembrar que a análise leva em conta a configuração-padrão dos comandos — principalmente porque nem todo mundo tem o costume de fazer essas alterações —, e que, nesse aspecto, Street Fighter X Tekken erra feio.
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Tudo isso sem falar do próprio layout do portátil. A proximidade das alavancas analógicas dos botões de ação e do próprio D-Pad é incômoda e atrapalha a execução de golpes especiais ou a troca rápida de comandos para a realização de combos — o que deixa os donos da versão portátil em uma enorme desvantagem em relação a quem está no PS3.
Espera excessiva
Um dos principais problemas que os jogadores viram nos consoles era o fato de que as telas de carregamento de Street Fighter X Tekken eram excessivamente longas. No entanto, por mais chato que isso fosse, tratava-se de algo facilmente corrigido com a instalação de dados do disco no video game. No entanto, e no Vita?
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Ao contrário de seu “irmão maior”, a versão portátil do crossover não traz essa possibilidade, fazendo que com os loadings demorados ainda persistam e sejam um problema comum e muito irritante — principalmente se nos lembrarmos do potencial de processamento do aparelho. Por isso, antes de cada luta, arme-se também de muita paciência e prepare-se para esperar alguns segundos a mais antes de finalmente cair na porrada.
Velhos problemas
A adaptação da Capcom é tão perfeita que até mesmo os problemas da versão para consoles se repetem no portátil, sobretudo no que diz respeito ao balanceamento entre os personagens. Ainda é muito comum você encontrar um lutador que está claramente mais forte que todos os demais, criando a clássica figura do “apelão”.
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Isso faz com que você se depare com várias situações realmente irritantes, principalmente quando seu oponente se aproveita dessas falhas para tirar vantagem durante as partidas. Quem quase morreu após tomar um único combo de Christie sabe do que estou falando.
A Capcom está ciente desse desequilíbrio e até prometeu lançar uma atualização para corrigir esses problemas. No entanto, é preciso lembrar que Street Fighter X Tekken chegou ao Vita sete meses após seu lançamento original, dando tempo de sobra à produtora para aparar essas arestas para a chegada da edição de bolso.
Vale a pena?
Street Fighter X Tekken continua sendo um excelente game, independente de sua plataforma. Mesmo com algumas restrições visuais e até mesmo de comandos, colocar Ryu e Kazuya frente à frente continua sendo extremamente divertido e vale muito a pena, principalmente para os fãs das duas franquias.
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Por outro lado, a adaptação para o portátil da Sony deixa a desejar em aspectos fundamentais, principalmente para os jogadores mais competitivos em que todo e qualquer segundo perdido é capaz de arruinar toda uma estratégia. Assim, o simples fato de termos alguns atalhos que são ativados de maneira errônea já compromete toda a experiência.
Como a proposta é colocar Vita e PS3 integrados em partidas online e até mesmo locais, é impossível não perceber que o portátil possui uma enorme desvantagem capaz de fazer com que o divertido jogo se transforme em algo frustrante com um único toque.

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