Embora Tomb Raider viva até hoje na memória de muita gente como um clássico dos consoles, é inegável o fato de que a saga de Lara Croft há muito tempo perdeu seu brilho. Tanto que não é de se estranhar que a série foi superada por Uncharted, que foi claramente inspirado nas aventuras da arqueóloga.
É exatamente por isso que a Crystal Dynamics tem um grande desafio em suas mãos. Mais do que reinventar a franquia, o estúdio precisa mostrar que esse reinício é mais do que a história de um “Nathan Drake de saias”, como muito já se comentou. A boa notícia é que, apesar de todo o receio dos fãs, a produtora parece ter encontrado uma forma de reapresentar a heroína sem deixá-la na sombra de seu “sucessor”.
Desde que o novo Tomb Raider foi anunciado, a desenvolvedora destacou que ele será diferente de tudo aquilo que já vimos relacionado à personagem até hoje e que o grande foco estará na apresentação de uma heroína ainda inexperiente e em um ambiente totalmente hostil. Se você não mora em uma caverna, certamente já deve saber disso. A dúvida, no entanto, é em como isso vai ser feito.
A principal proposta da Crystal Dynamics é fazer com que todas as situações sejam muito reais — algo que os primeiros trailers do game deixaram bem claro. Isso significa que a luta de Lara para se manter viva em uma ilha no meio do Pacífico não será nada heroica, apenas brutal e intensa.
Essa é a primeira grande mudança que o novo game oferece. A principal ameaça que a heroína terá de enfrentar não é um grupo megalomaníaco que quer dominar o mundo ou alguém desejando uma relíquia mágica, mas o próprio ambiente. Por mais que tenhamos inimigos — como o grupo que a prende em determinado ponto da trama — e outros perigos, o maior desafio está em se manter viva em meio a tudo aquilo. É um lugar que ela deve respeitar e temer.
De acordo com o diretor de arte do game, Brian Horton, o conceito de colocar a ilha como um problema na vida de Lara é algo que surgiu como uma alternativa para diferenciar o game de seus antecessores — e do próprio Uncharted —, ao mesmo tempo em que cria uma ligação com os clássicos. Segundo ele, apesar de a ambientação ser bem diferente, os jogadores vão reconhecer muitos aspectos da série e verão como a jovem indefesa se transformou na musa que aprendemos a amar.
Horton explica ainda que a equipe artística da Crystal Dynamics fez um ótimo trabalho de luzes e sombras para construir o cenário, criando algo bem peculiar. Para ele, a essência da série sempre foi colocar a ação em locais interessantes, ricos em detalhes e capazes de instigar o jogador a explorar cada canto do mapa a fim de descobrir todos os mistérios ali escondidos. No caso da ilha, não é diferente.
O meio que determina a heroína
Mas como Lara vai encarar tudo isso? Sendo uma jovem de apenas 21 anos e caindo em tal condição em sua primeira expedição, podemos esperar momentos difíceis para a personagem. Isso não quer dizer, no entanto, que ela não sabe se virar.
De acordo com a produtora, a evolução da personagem também obrigou que o jogo tivesse sua própria mecânica reinventada. Como o objetivo do game não é explorar, mas sobreviver, a companhia precisou trazer algumas novidades na jogabilidade para que isso ficasse o mais claro possível.
Um dos principais desafios de Lara nesse ponto é exatamente encontrar comida. Para isso, ela terá de ir atrás de animais selvagens que possam servir de alimento. E é aqui que temos a principal novidade de Tomb Raider.
Por mais que as caçadas não sejam nenhuma novidade no mundo dos jogos — Red Dead Redemption e Assassin’s Creed 3 estão aí para isso —, a solução da Crystal Dynamics para criar algo único foi muito bem pensada. Mais do que simplesmente servir para coletar itens e preparar sua janta, transformar-se em um caçador também vai ajudá-lo a aumentar as habilidades da jovem.
Para cada animal abatido, o jogador recebe uma determinada quantia em experiência — variando de acordo com sua presa. Lebres são pequenas e oferecem pouca resistência, o que faz com que ela recompense o esforço com apenas 10 míseros pontos. Já um cervo, que é maior e mais difícil de ser capturado, traz 50 pontos.
Além disso, você também recebe os chamados Skill Points, que podem ser usados para melhorar as habilidades de Lara em vários aspectos. Com isso, você pode reaproveitar flechas já utilizadas, aumentar a experiência obtida durante as caçadas e até mesmo ampliar seu poder de intuição para encontrar objetos escondidos na imensidão da ilha.
Outro aspecto interessante são as melhorias nos equipamentos. Como a heroína está perdida no meio de uma floresta, os recursos que ela dispõe para fazer upgrades em suas armas são bem rudimentares, o que vai exigir um pouco de imaginação — ou seja, exatamente como seria se alguém realmente precisasse lutar para sobreviver. Como o próprio Horton explica, o sistema de evolução se baseia exatamente em desmontar aquilo que você tem para adicionar algum material a mais.
Por fim, o diretor de arte de Tomb Raider explica que, aos poucos, veremos a Lara Croft que marcou a infância de muita gente dando as caras no novo game. O ponto é que ele não deixou claro se isso envolve apenas o aspecto psicológico da personagem ou se teremos o clássico visual da moça dando as caras em determinado ponto da trama.
Será que teremos o shortinho, os óculos e as pistolas dando as caras em algum momento? A resposta, só descobriremos no dia 5 de março, quando o jogo chegar aos consoles.
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