Desde seu anúncio, Asura’s Wrath vem se mostrando um dos games mais promissores, confusos e misteriosos dos últimos tempos. Com sua cara de “God of War budista”, a saga de destruição do deus Asura em busca de sua filha já teve informações sobre a trama, os personagens, o universo e a jogabilidade, mas muito pouco foi visto do próprio gameplay.
Então, veio a primeira demo do game. E o que muitos esperavam ser a resposta para o que é Asura’s Wrath se provou apenas mais motivo de confusão para quem a jogou: havia muito das batalhas já mostradas anteriormente e acontecimentos desconexos, mas ainda menos gameplay.
No fim das contas, ficou a dúvida: Asura’s Wrath é um jogo ou um anime interativo? A resposta, de acordo com a IGN – que pôs as mãos no game – é “nenhum dos dois”.
Mais para Heavy Rain que God of War
Se você está animado para jogá-lo, mas não é do tipo que gosta de assistir a cenas demoradas, aqui vai uma má notícia: em Asura’s Wrath, você vai passar mais tempo vendo vídeos longos do que derrotando as hordas inimigas. Não espere algo do nível Kojima, que chega a perder uma hora ininterrupta de conversas, mas é melhor estar preparado para muitas discussões entre os deuses.
Isso não quer dizer que a saga do deus hindu mais furioso da história é uma sequência de animações infindável, que precisa apenas que você pressione um botão na hora certa para que o jogo siga em frente.
Ainda há muita pancadaria, inimigos gigantes e, principalmente, lutas absurdas – afinal, matar um buda de 4 metros de altura apenas com chutes e cabeçadas é uma oportunidade rara, mesmo nos games –.
Uma das características que mais prometem em Asura’s Wrath é sua capacidade de mudar completamente a cada capítulo. A começar pela jogabilidade: em alguns momentos, o jogo traz batalhas épicas; em outros, é um rail-shooter frenético. Há até mesmo um capítulo onde tudo que você faz é beber saquê em uma fonte termal, lembrando um famoso mini game de cortesãs de God of War.
Mas o que mais muda nisso tudo é o próprio Asura. E não estamos falando dos vários braços que ele perde e recupera na aventura, mas da mente do personagem. Diferente da maioria dos protagonistas, que passam por um grande “crescimento pessoal” no decorrer do game, o deus hindu parece definhar e enlouquecer cada vez mais.
História digna de anime
Para um game tão apoiado na própria história, é importante que a trama seja densa. E se mesmo depois de tudo o que já foi mostrado nos vídeos ainda sobrar dúvidas, é bom deixar duas informações claras: em primeiro lugar, inspiração não falta para os desenvolvedores. Em segundo lugar, vai ser simplesmente impossível não perceber as raízes da trama no mundo dos animes.
Isso porque a CyberConnect2, que está desenvolvendo o título, conta com uma biblioteca de mais de quatro mil volumes de mangás, DVDs e Blu-rays de animes e muitos games. E os funcionários são instruídos a ler, assistir e jogar tudo.
O resultado disso tudo é um game completamente diferente do que estamos acostumados a ver: um pouco de God of War e muito de Heavy Rain se misturam às mitologias hindu e budista em cenários cheios de sci-fi com gráficos que combinam realismo e cel-shading, em uma trama extremamente complexa com cara de anime.
No fim das contas, não é possível chegar a uma conclusão sobre o que esperar do jogo, mas uma combinação tão maluca certamente promete. Resta esperar que Asura’s Wrath chegue às lojas a partir de 21 de fevereiro, nos Estados Unidos – e 24, na Europa –, para descobrir se ele vai conseguir tirar a impressão deixada por sua demo.
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