A gigantesca indústria dos video games tem levantado um assunto bastante complexo e polémico nos últimos tempos: venda de jogos usados. De um lado, empresas afirmam que o game que você compra não pertence a você, apenas o direito — intransferível — de desfrutá-lo. De outro, estão os gamers que gostam e querem poder trocar e vender os seus jogos à vontade; afinal, o investimento no título original já foi feito e a publicadora não pode reclamar.
Mas existe outro ponto que poucos relevam: para quem vai o dinheiro que pagamos? Poucos sambem, mas, diferente de outras áreas de entretenimento, video games não costumam praticar o uso de royalties, em que idealizador original da obra sempre tem direito sobre parte dos lucros obtidos com ela.
Estúdios extintos que foram “engolidos” por outras publicadoras não veem mais nem um centavo do seu jogo, mesmo que ele continue vendendo por décadas. Assim, pequenos desenvolvedores que têm a oportunidade de unirem-se a um grande Publisher precisam escolher: aceitar o dinheiro e abrir mão de toda sua propriedade intelectual ou continuar independente e, possivelmente, nunca poder transformar suas pequenas ideias em grandes projetos.
A lista de empresas que escolheram a segunda opção é longa, sendo que muitas delas foram fechadas algum tempo depois da aquisição por decisão da publicadora. Um bom exemplo é a Westwood Studios que, mesmo tendo sido a pioneira do gênero RTS com a franquia Command & Conquer, não vê mais a cor do dinheiro arrecadado com seus títulos que continuam nas “prateleiras” da Steam até hoje.
Esta lista criada por Simon Roth, um desenvolvedor de jogos que atua como freelancer, reúne outras empresas extintas que não têm mais participação nas vendas. Ver uma lista com tantos nomes grandes, incluindo Age of Empires, Tomb Raider e Midnight Club, nos faz pensar que a indústria de quem somos fãs têm escondido o fato de que, mesmo quando mostramos respeito e compramos jogos novos e originais, o dinheiro pode não ir para os artistas idealizadores.
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