quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sony confirma intenção de fabricar no Brasil, mas ainda acredita na redução de impostos; leia entrevista


  • Mark Stanley, diretor da Sony Computer Entertainment America para América Latina
    Mark Stanley, diretor da Sony Computer Entertainment America para América Latina

Desde a última quarta-feira (4) quem circula por lojas de games, virtuais ou não, encontra o Xbox 360 fabricado no Brasil por R$ 799, enquanto o Playstation 3, importado, sai por R$ 1.399. Diante de uma diferença tão grande, como a Sony está reagindo a este novo cenário?
Bem, segundo Mark Stanley, diretor da SCEA (Sony Computer Entertainment of America) para a América Latina, tanto fabricar no Brasil quanto tentar junto ao Governo uma revisão na carga tributária, são opções viáveis. E estão sendo discutidas e avaliadas neste momento.
Em entrevista ao UOL Jogos, Stanley falou também sobre jogos em português para o PS Vita, sobre o controverso trailer dublado de “Uncharted 3” e sobre o preço de R$ 199 para games de PS3 fabricados no Brasil. Leia:
UOL Jogos: Recentemente a Microsoft anunciou a montagem do Xbox 360 no Brasil, o que reduziu o valor do console em 40%. Como a Sony vai reagir a isso?
Mark Stanley: Já estamos avaliando a possibilidade de fabricar a linha PlayStation no Brasil há algum tempo. Não é algo novo. Sabemos da situação do Brasil em relação aos impostos e que uma forma de oferecer melhores preços é a fabricação local; outra maneira é continuar conversando com o Governo sobre como mudar o mercado interno através da redução ou eliminação de impostos de importação.
UOL: E qual das alternativas têm mais chance de acontecer?
Mark Stanley: Bem, por parte do Governo você teria que conversar com a Presidente Dilma [Roussef] em relação à questão legal do assunto, mas obviamente a fabricação local é algo que envolve diversas análises de investimento, pesquisas etc. Mas ambas são alternativas viáveis. Temos nos dedicado às duas de forma igual, pois qualquer coisa que puder ajudar a indústria e ajudar o consumidor e ter um melhor acesso aos produtos, será algo bom para nós. Como chegaremos lá? Não importa: se o Governo decidir rever os impostos, ótimo; se decidirmos pela fabricação local, ótimo também.
UOL: Até agora, ao menos em termos oficiais, o Governo não parece interessado em rever a política tributária...
Mark Stanley: Na verdade, tivemos várias discussões positivas com eles [o Governo] recentemente. Pela primeira vez eu acredito que haja uma chance disso [redução ou eliminação de impostos] acontecer. Tem sido um diálogo muito bom, mas não contamos com isso: estamos avaliando todas as opções.
UOL: Ainda sobre este assunto, algum anúncio pode acontecer nas próximas semanas?
Mark Stanley: Temos alguns anúncios para fazer, mas ainda não estamos prontos pra isso. Ainda não estamos prontos para falar algo específico sobre fabricação local ou redução impostos.
UOL: Do ponto de vista do consumidor, é difícil entender porque “Gears of War 3” custa R$ 129, enquanto “Killzone 3” sai por R$ 199, sendo que ambos são fabricados no Brasil. Por que esta diferença de valor?
Mark Stanley: Cada um tem o seu negócio para gerir, e o PlayStation tem a sua filosofia própria. Em relação à Microsoft, temos investimentos diferentes no mercado de games. Não é só no Brasil: no México alguns games de PS3 são mais caros também, algo que está diretamente ligado aos investimentos feitos no lançamento destes jogos. Para nós, o Brasil é um investimento de longo prazo e vamos continuar nos esforçando para melhorar os preços, que é nosso principal objetivo.
UOL: Ubisoft e Disney já estão fabricando jogos para o Xbox 360 no Brasil através da Arvato Games. Na Sony DADC, em Manaus, somente a Warner, se não me engano, fabrica os jogos para PS3. Por que não vemos mais “third parties” fazendo o mesmo?
Mark Stanley: Em algum momento, você verá todas as “third parties” fabricando jogos para Playstation 3 no Brasil na Sony DADC. Acho que tem a ver com o quão disposta está a “third party” em atuar de forma completa no Brasil. As opções estão lá. É uma transição que já está acontecendo: estamos conversando com todas elas.
UOL: A Sony DADC é a única autorizada a fabricar jogos de PS3, certo?
Mark Stanley: Sim, a Sony DADC é a única autorizada, e não apenas no Brasil, mas mesmo nos Estados Unidos. A razão para isso é que, para nós, assegurar a qualidade, é prioridade. E não é tão fácil, não é qualquer um que pode fabricar um jogo de PS3. Isso dito, não estou afirmando que não haverá outros parceiros, mas atualmente a DADC é a nossa parceira e tem a qualidade que buscamos.
UOL: Já há consumidores assustados com o preço de lançamento do PlayStation Vita no Brasil. Como a Sony encara este assunto?
Mark Stanley: É uma pena, porque o preço do PS Vita nos EUA é muito bom, e quando o portátil for lançado no Brasil, obviamente será caro por causa dos impostos de importação. Ou seja, justamente como ocorreu com o PS2, o PS3 e o PSP. Entendo a tristeza dos consumidores, mas novamente: não vamos desistir dessa luta. Faremos o possível para tornar os preços mais acessíveis e este dia vai chegar.
UOL: Há alguma chance de o Vita sair mais barato caso o consumidor opte por um plano 3G com alguma operadora brasileira local?
Mark Stanley: Pode acontecer, sim. Estamos discutindo este assunto atualmente.
UOL: Teremos games para o Vita em português local?
Mark Stanley: Com certeza. Como você sabe, conteúdo localizado é uma das nossas prioridades. Vamos anunciar algo a este respeito no evento Brasil Game Show, neste sábado (8).
UOL: A dublagem em Português do Brasil vista no trailer de “Uncharted 3” divulgado algumas semanas atrás foi muito criticada pelos jogadores. Você está satisfeito com o resultado deste trabalho?
Mark Stanley: Primeiramente, é preciso deixar claro que a Naughty Dog não atua no processo de localização: é algo de responsabilidade da Sony Computer. Em relação ao trailer, o que houve foi um problema na mixagem de áudio. Mas posso garantir que o resultado final será tão bom senão superior ao visto em “Killzone”.
* O jornalista viajou a convite da Sony

via:jogos.uol.com.br

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