quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O melhor Assassin's Creed dos portáteis chegou!


No último dia 30 de outubro, a Ubisoft lançou Assassin’s Creed 3 – a última parte da saga do assassino Desmond Miles – para PlayStation 3 e Xbox 360. No entanto, a data também marcou a chegada do spin-off Assassin’s Creed 3: Liberation.
Lançado exclusivamente para o PlayStation Vita, o game conta a história da primeira protagonista do sexo feminino da série: Aveline de Grandpré, uma assassina que, assim como Connor, viveu durante a época da Independência dos Estados.
Além disso, outro aspecto torna o game diferente de seus irmãos maiores dos consoles. Assim como a parcela multiplayer de Assassin’s Creed 3, a história de Liberation é apresentada para o jogador como se este fosse mais um dos clientes da Abstergo (a multinacional dos tempos atuais controlada pelos templários) a fazer o uso recreativo do Animus  – a máquina do game que permite que as pessoas revivam as memórias de seus antepassados.
Desse modo, em vez das tradicionais voltas para o presente, a história de Aveline é apresentada em episódios selecionados pela Abstergo como “apresentáveis” ao grande público (apesar de, com um pouco de exploração, ser possível encontrar a verdade escondida). Será que as inovações nesse formato são suficientes para fazer este exclusivo do Vita vingar? Descubra logo abaixo em nossa análise

Aprovado

A experiência dos consoles na palma da sua mão
Assassin’s Creed 3: Liberation não é o primeiro game da série a estrear nos portáteis, mas é o que melhor consegue reproduzir a experiência de jogo encontrada nos portáteis – algo possível graças, em grande parte, aos dois analógicos do PlayStation Vita.
Com controles praticamente iguais aos dos consoles, o tempo de aprendizado para qualquer um que já conhece a série é praticamente nulo (mas não há necessidade para os novatos se preocuparem, uma vez que, como de praxe, as primeiras missões apresentam todos os recursos com detalhes).
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Ao mesmo tempo, todos os lugares apresentados em Liberation em nada devem às localidades dos consoles. New Orleans, por exemplo, é cheia de vida e é possível encontrar dezenas de cidadãos percorrendo uma de suas ruas movimentadas (em oposição aos ambientes desertos de Bloodlines, por exemplo).
Claro que a extensão dos mapas não chega a ser tão assombrosamente grande como no PlayStation 3 e no Xbox 360. Ainda assim, tanto Nova Orleans, como a região pantanosa de Bayou (com direito a crocodilos e rituais vodu) e as ruínas maias de Chichen Itza fazem jus à tradicional representação histórica cheia de detalhes pela qual a série ficou conhecida.
Portanto, se você estava preocupado sem saber quão interessantes as localidades de Liberation ou se poderia correr por telhados e assassinar pessoas da mesma forma como nos consoles, pode ficar tranquilo. Tudo isso, e muito mais, está presente no Vita.
Uma assassina cheia de recursos
Na história de Assassin’s Creed, os heróis do game já utilizaram disfarces para infiltrar-se em determinados ambientes (basta lembrar de Ezio vestido de bardo italiano em Revelations, por exemplo). No entanto, Aveline faz ainda mais e tira vantagem de sua peculiar posição social ao máximo.
Img_normalCom a ajuda do “Sistema de Personas”, como foi batizado pela Ubisoft Sofia, Aveline pode se vestir como uma assassina, escrava ou nobre, sendo que cada uma dessas personas conta com suas próprias vantagens e desvantagens. Vestida como Lady, é possível explorar a cidade sem chamar a atenção da sociedade, no entanto, é impossível escalar prédios, ao mesmo tempo em que a sua mobilidade é prejudicada.
Como escrava, a protagonista conta com a mesma discrição da Lady, além de já poder carregar armas e recuperar sua mobilidade, além de poder incitar outros escravos a rebelar-se (causando distrações perfeitas para que Aveline possa agir). No entanto, sem a armadura encontrada em sua vestimenta de assassina, entrar em conflitos (especialmente armados) não é exatamente recomendável enquanto essa for a persona escolhida.
Graças a equipamentos e possibilidades exclusivas de cada uma dessas três “Avelines”, o Sistema de Personas torna a jogabilidade bastante flexível e versátil – uma novidade interessante e que consegue variar bastante a jogatina.
Aventuras em potencial
Por ser um game desvinculado a Desmond Miles e seus antepassados-chave (Altair, Ezio e Connor), Assassin’s Creed 3: Liberation demonstra o “potencial infinito” da franquia já comentado anteriormente pelos produtores da série.
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Mesmo centrando a história do jogo apenas em Aveline, o game consegue manter-se interessante graças a sua conturbada relação com o seu mentor Agaté e a sua busca por sua mãe biológica desaparecida, Jeanne (a ex-escrava e ex-placée – algo como uma “amante oficial” – de seu pai).
Isso também não significa que o confronto entre templários e assassinos seja ignorado aqui, mas demonstra que a Ubisoft é capaz de desenvolver tramas interessantes mesmo fora do núcleo principal do qual Desmond faz parte.
Legendado para sua maior comodidade
Anunciado nos 45 minutos do segundo, o recurso de legendas em português do Brasil torna muito mais fácil a compreensão dos acontecimentos. Apesar de o nosso idioma ainda não estar disponível entre as opções de dublagem, todo o restante do jogo está em português, até mesmo na versão digital do game – algo que mostra a preocupação da Ubisoft com o publico brasileiro.
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Reprovado

Multiplayer de Facebook
Se você estava empolgado com a presença de multiplayer em Liberation, é provável que você se decepcione ao descobrir que a modalidade é bastante diferente da apresentada nos consoles maiores.
Nela, o jogador deve escolher entre tomar o partido dos Assassinos ou da Abstergo. A partir daí, os dois times precisam dominar o mundo (representado como um grande tabuleiro de War) antes do rival. Já as batalhas são totalmente indiretas e o papel do jogador é apenas comandar seus personagens para atacar ou defender territórios.
Quando a energia de seus guerreiros acaba, basta esperar algum tempo (que pode variar de acordo com o tipo de missão enfrentada) antes de voltar à ativa. Apesar de bem estruturado, faltam explicações para situar o jogador – algo que torna tudo bastante confuso e complicado nos primeiros momentos.
Semelhante ao jogo “Marvel: Avengers Alliance” disponível para Facebook, o modo multiplayer não é de todo mal, mas se encaixaria melhor em outras plataformas (como a própria rede social ou até mesmo o Android). No Vita, o tempo e esforço utilizados para o seu desenvolvimento poderia ser utilizados para polir melhor a campanha principal do game.
Perfumaria multitoque
Os recursos extras do PlayStation Vita são muito legais. No entanto, eles acabam se tornando irritantes quando usados à exaustão apenas para mostrar as capacidades do console e, infelizmente, Assassin’s Creed III acaba cometendo esse pecado. Pense quão cômodo é, durante uma fuga de carroça, por exemplo, ter de utilizar a tela de toque para acelerar ou reduzir a velocidade do veículo.
Img_normalDevo confessar, no entanto, que a primeira vez em que, para resolver um pequeno puzzle, tive de apontar a câmera do PlayStation Vita para uma fonte luminosa, achei a proposta interessante. Na terceira vez, quando eu já estava deitado na cama e mesmo a luz do meu abajur não era suficiente para o jogo, a ideia começou a soar estúpida.

Vale a pena?

Mesmo fugindo da trama principal de Desmond Miles, Assasssin’s Creed 3: Liberation consegue criar uma experiência de jogo bastante interessante. Enquanto a Ubisoft anunciou que o game do PlayStation Vita estabeleceria relações com a história de Connor, isso é apenas um detalhe, sendo que a história de Aveline de Grandpré consegue se sustentar sozinha.
No entanto, mesmo sendo o melhor Assassin’s Creed já lançado nos portáteis, o game ainda comete alguns deslizes. O uso inconveniente dos recursos do Vita (inseridos talvez por pressão da Sony) e a falta de explicação sobre o início da relação de Aveline com a Ordem dos Assassinos são duas falhas que acabam se tornando bastante incômodas.
Ainda assim, isso não é suficiente para apagar o brilho de Liberation, que consegue ser bem-sucedido ao reproduzir muito bem as características principais da série, além de mostrar que, mesmo com o final da saga de Ezio em Assassin’s Creed 3, a série ainda pode oferecer muito mais. 

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