terça-feira, 22 de novembro de 2011

O lado humano de se desmembrar um inimigo...

Mesmo com o resgate atual do status quo punitivo da jogabilidade encontrada em gerações anteriores, a indústria de games ainda parece consideravelmente ocupada em tornar cada vez mais acessíveis as suas fórmulas. Prova definitiva disso talvez seja a orientação escolhida pela Team Ninja para o clássico Ninja Gaiden, agora prestes a ganhar sua terceira iteração na atual geração de consoles.
Basicamente, a desenvolvedora percebeu que, apesar do sucesso considerável obtido pelos títulos anteriores, as desventuras sanguinolentas de Ryu Hayabusa se manteve, salvo exceções, fortemente restrita a um universo hardcore.
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Os motivos não poderiam ser outros: há provavelmente poucos jogadores sobre a face da terra que conseguem atravessar Ninja Gaiden 2 sem deixar para trás litros de suor e nacos de cabelos arrancados — com algum exagero, talvez.
Mas não se trata apenas disso. A Team Ninja parece ter sentido também que, talvez, faltassem aos desmembramentos da série certo drama; uma “razão de ser” que atraísse para o game por outro motivo que não a simples possibilidade de fatiar carne humana o mais rapidamente possível. Seria então Ninja Gaiden 3 algo tão fácil quanto dramático? Talvez... Embora com várias ressalvas.
A História por trás do Hack and Slash
Ao que parece, a Team Ninja não planeja simplesmente tornar os movimentos de Hayabusa simples enquanto tenta fazer com que o jogador derrame algumas lágrimas de pura empatia entre uma espada entranhada e outra. Entretanto, os novos ares são evidentes. “Nós não estamos focados apenas em colocar batalhas rápidas e doidas a todo o momento”, afirmou o chefe da desenvolvedora, Yosuke Hayashi, em entrevista ao site VG247.
Ele continua: “Nós queremos que os jogadores sintam o drama, e então tenham uma pausa, para em seguida retornar ao drama — como se estivessem assistindo a um filme”. (Ok, um filme de matiz hollywoodiano, sem dúvida). Dessa forma, o foco talvez não sejam mais as espadadas, mas sim o lado humano do personagem. “Ele não é apenas uma máquina de matar. Nós utilizamos esse tema para mostrar sentimentos humanos. Quanto mais mata, mais ele sofre.”
Nada de experiência cinematográfica
Então as linhas acima fizeram com que você acreditasse em um daqueles games cheios de cenas em alta rotação, movimentações absurdas... Mas com poucos botões apertados e dificuldade diminuta? Longe disso.
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De fato, a dificuldade característica ainda estará presente. Mas sim,também nesse ponto a Team Ninja ressalta a necessidade de encaixar jogadores menos afeitos a treinar por horas para atravessar determinada fase. “Como é uma história bastante longa, os bons jogadores já se acostumaram a ela, e a distância entre jogadores casuais, padrão e hardcore se tornou cada vez maior conforme a série progrediu”, afirmou Hayashi ao referido site.
Dead or Alive de um lado, Devil May Cry de outro
Ninja Gaiden 3 parece beber de diversas fontes, seja com objetivos competitivos ou simplesmente para buscar alguma inspiração. Em relação à almejada aliança entre jogadores hardcore e casual, o Hayashi afirma ter buscado inspiração em Dead or Alive. “Existe definitivamente uma conexão. Nós podemos pegar o que aprendemos de DoA e utilizar para balançar Ninja Gainden 3.”
Mas Hayashi também não nega as lições aprendidas pelo competidor normalmente associado a Ninja Gaiden. Basicamente, o produtor admite que há uma competição “saudável” entre NG e Devil May Cry.
Bem, resta saber como o novo e mais humano Ryu Hayabusa encontrará a jogabilidade abrangente pretendida pela Team Ninja. Ninja Gaiden 3 tem previsão de lançamento para o primeiro semestre do ano que vem. Aguarde novidades.

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